Quando não sabemos ganhar ... temos de perder para voltar a vencer
Na semana dos feriados fui assistir ao terceiro torneio de ténis do meu filho de 12 anos. Entrou este ano na competição, está motivadíssimo, não falta um treino, gasta a televisão a ver todos os jogos que pode, toma notas empenhadamente num caderninho e acredito que os momentos mais felizes da semana são quando entra no court. Ficou em 5º lugar no primeiro torneio que jogou, venceu o 2ª torneio contra um jogador 3 anos mais velho e foi assim que chegou a este 3º torneio, o primeiro fora de casa, jogando em St Julians. Como todas as mães e pais, não conheço melhor remédio para a ignorância mais profunda sobre um tema do que esse conhecimento ser importante para o nosso filho ou filha. E tem sido assim que tenho aprendido sobre ténis, ainda com muitas dúvidas sobre winner points, outs e aqueles diferenciais malucos que garantem ganhar finalmente uma partida. Nesta quarta-feira, sentada ao lado da professora do meu filho, fui observando. O Miguel, assim se chama o meu tenista, tem boa condição física, lê bem a sua posição no terreno e, sobretudo, vive uma época de graça, de grande paixão pelo que faz. Tudo ajuda a que as coisas lhe vão correndo bem. Com um senão. O mesmo rapaz tenista que se desembaraça bem com adversários do mesmo nível, mas com menos técnica ou mesmo de nível superior, vai-se completamente abaixo ... quando está a ganhar. Estranho? Talvez não seja assim tanto. Numa das partidas deste torneio, aquela que o eliminou, a professora comentava baixinho: há pessoas que têm mais dificuldade quando ganham do que quando perdem. O meu filho é assim - acusa a pressão de estar a ganhar, ao invés de quando perde que até come areia se for preciso. Espero, atendendo a que é ainda uma criança, que vá muito a tempo de se conhecer melhor e de se vencer a si mesmo. Porque não há pior adversário do que nós próprios. Hoje o Miguel faz anos e este vídeo, que é sobre empresas, gestão, mas sobretudo natureza humana, é também para ele.
Jornalista, gestora, empregada, patroa, professora e sempre aprendiz. Mãe do Miguel e da Margarida que são os meus principais interesses na vida. Entre os outros contam-se alguns prazeres da cozinha, algumas tarefas com as maravilhosas máquinas que nos rodeiam. Gosto descobrir pessoas e as coisas espantosas que são capazes de fazer. E gosto de me encontrar, a mim e aos outros, nos livros, na musica, no cinema.
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