segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Há mais pessoas a quererem ser felizes do que ricas

Fim de Ano. Ano Novo. Esta é aquela época em que repetimos, tantas vezes de forma mecânica, votos de felicidade. Uma palavra pouco usada nos restantes dias do ano e que parecemos querer gastar, por esta altura, seja pela convenção, seja pela necessidade de lembrar algo de fundamental.
Em Harvard, Ben Shahar ensina Psicologia Positiva, mas quase todos apelidam a disciplina como "ciência da felicidade". A primeira questão que se coloca é mesmo essa, se podemos entender a felicidade como matéria científica. Cada vez mais estudos académicos, de áreas tão distintas quanto a biologia, a genética, a neurociência, a sociologia, a antropologia e a economia, dizem que sim. A diferença das aulas de Ben Shahar está na adesão dos estudantes de Harvard: mais de 1400 inscritos, o que faz da sua disciplina a mais procurada. Para o professor, a principal diferença no que ensina está na forma: "estabeleci uma ponte entre a torre de marfim das pesquisas académicas e o que se passa nas ruas com as pessoas de todos os dias". E como todos, até mesmo os cínicos, querem ser felizes, o tema tem um potencial universal.
Tão curioso quanto ouvir o professor é ler os comentários que a comunidade YouTube deixa neste vídeo. A eterna discussão sobre se o dinheiro traz ou não felicidade é o tema dominante e a pedra de toque para todas as outras vertentes. igualmente curioso é o facto de, nos estudos da ciência económica, não existir relação directa entre os países mais ricos e os países mais felizes, o que, no mínimo, relança a discussão sobre o papel do dinheiro e a procura de uma vida com a qual nos sintamos bem. (Ver Subjective well-being rankings of 82 societies based on combined Happiness and Life Satisfaction scores)
A felicidade é, sem dúvida, uma palavra que entrou na agenda política, económica e social e será um tema que o Videonomics abordará, nas suas várias vertentes, em 2009.
Ao ver este vídeo e ler as discussões nos foruns é quase impossível não me lembrar da definição de materialista que nos é dada no livro "O carteiro de Pablo Neruda": materialista é alguém que entre um frango e uma rosa, escolhe sempre o frango".
Haja frangos e haja rosas.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Só passamos 2/3 da nossa vida a trabalhar ... será mesmo tão importante ter empresas onde gostamos de trabalhar?

Recursos humanos. Capital humano. Talento. Que tal só "Pessoas"? São, sem dúvida, o que faz a diferença em qualquer empresa, organização ou projecto. E faz toda a diferença saber se são felizes com o que fazem, se respeitam as outras pessoas com quem trabalham, se olham para o futuro com optimismo. São sentimentos que não nascem de geração espontânea - exigem um trabalho fino, meticuloso e que nunca acaba. E como o diabo se esconde nos detalhes, exigem um permanente estado de alerta para poder intervir a tempo, corrigir rotas e ter as nossas pessoas de volta, no dia seguinte, com os tais bons sentimentos que fazem a diferença.
O que parece simples e quase trivial é, na realidade, uma tarefa bem difícil que exige o alto patrocínio de quem lidera uma epresa ou um projecto. Na parte operacional, exige equipas competentes, com aquele tipo de competências que não decorre do CV. Têm genuinamente de ser pessoas que ... gostam de pessoas, que acreditam na possibilidade de realização e que estão dispostas a trabalhar todos os dias para criar e difundir essa forma de olhar o mundo. Claro que cada empresa tem a sua cultura, os seus valores, os seus objectivos. Umas vão ser mais formais outras propositadamente descontraídas, umas vão ter mais níveis hierárquicos outras menos, Mas isso é o que chamamos, na nossa vida pessoal, a personalidade, o "feitio", de cada um e as compatibilidades que gera ou não. Tudo o resto é passível de ser mudado, melhorado, inventado.
A comunicação interna é por isso uma das áreas mais fascinantes de trabalho para quem gosta de pessoas. Não é cosmética, nem canal oficial de chefes para índios. Na essência devia ser uma das áreas de trabalho no coração de qualquer projecto. E os resultados, quando assim acontece, falam por si.
O vídeo produzido pela Coca-Cola, um dos maiores advertisers mundiais, é um bom testemunho da seriedade e empenho com que se pode e deve encarar esta possibilidade de vivermos e trabalharmos melhor.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

A livraria da imaginação - O Pai Natal existe

Para muitos de nós, Natal é também sinónimo de livros.
Comprar livros, oferecer livros é uma das rotinas que mais prazer dá, seja qual for a época. No Natal, permite-nos lembrar e traduzir em palavras, ideias, imagens, que o que importa é o que sentimos, o que pensamos e o que fazemos com essa matéria-prima.
Oferecer um livro estabelece um triângulo virtuoso entre quem dá, a ideia que a obra comunica e quem recebe. Os livros não mudam a vida, como dizia uma editora, mas mudam as pessoas e as pessoas mudam, quantas vezes, a vida por causa do que leram, do que aprenderam, do que sonharam.
É por isso que o projecto que Jay Walker levou ao TED nos faz acreditar no Pai Natal. Para quem gosta de livros, a livraria desenhada por este bibliófilo e coleccionador de livros está ao mesmo nível de levar uma criança de 8 anos à Disneylândia.
"Walker shuns the sort of bibliomania that covets first editions for their own sake ... What gets him excited are things that changed the way people think.", escreve a Wired. E nós gostamos de pessoas assim.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

O futuro do mercado por Madoff ou a evidência que o improvável não é sinónimo de impossível

O debate retratado neste vídeo tem pouco mais de 1 ano. Aconteceu a 20 de Outubro de 2007, antes da Lehman falir, antes da AIG ser intervencionada, antes da Merril Lynch ser igualmente salva das garras do mercado. Num tempo em que activos tóxicos eram apenas produtos financeiros estruturados e em que os bancos eram sinónimo de confiança. Parece que foi há muito tempo. Na realidade, a verdade mais crua não tem sequer 6 meses, apesar de desde o início do ano as cartas estarem de forma explícita em cima da mesa. Os especialistas de mercado dizem que o primeiro mês de cada ano é precioso na indicação de como o ano vai correr. Uma espécie de sabedoria da colheira agrícola aplicada ao mais sofisticado dos mercados. E em Janeiro de 2008, o mercado caiu 15%. seria pouco, face ao que vinha pela frente. E o que mais espanta e choca os especialistas é como uma fraude com a dimensão daquela que rodeia Barnard Madoff pode acontecer ... com quem aconteceu.Recapitulando. 1. Madoff não é um jovem turco ansioso por dinheiro rápido; pelo contrário, os cabelos brancos atestam a experiência e a serenidade de um homem que desde os anos 60 trabalha com elevada reputação nos mercados. 2. Madoff esteve à frente do Nasdaq. Sim, uma das principais praças do mundo teve a sua liderança, e isso constituiu mais um seguro e garantia. 3. A gestão do fundo era conservadora e enquadrada num regime de gestão conservador, com o fundo a ser passível de controlo mediante uma manage account que, na prática, permite seguir a pista do dinheiro. Tinha rentabilidades regulares, sem ser esfusiantes e, como se veio a perceber, totalmente manipuladas.
Hoje um dos especialistas portugueses em gestão de activos confessava-me que os danos de mais uma fraude já eram negativos, mas que este tipo de fraude, protagonizada por alguém que estava à margem do perfil dos "suspeitos do costume", tornava tudo ainda pior. particularmente para os hedge funds, mas para o mercado como um todo.
Há um ano Madoff falava sobre o futuro, esse tempo improvável mas garantidamente não impossível em que voltaremos a ter confiança uns nos outros.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Steve Chu, um Nobel na Casa Branca - luz ao fundo do túnel?




Barack Obama anunciou ontem a sua escolha para uma das pastas mais sensíveis. Steve Chu, cientista laureado com o Nobel da Física, director do Lawerence Berkeley National Laboratory, professor de Física Molecular e Biologia Celular na Univsreidade da California, é o escolhido.Chu tem um vasto curriculo académico, esteve em Stanford antes de Berkeley, e é uma das vozes respeitadas e ouvidas em matéria de energias renováveis.
O modelo energético, a dependência do petróleo e as alterações climáticas entraram de forma incontornável na agenda de todos e a América de Obama será forçosamente diferente da América de Bush também nestas matérias. Não apenas porque os presidentes são diferentes, mas porque o mundo está diferente. O problema é, todavia, bem mais complexo do que no tempo em que os Estados Unidos eram inequivocamente o eixo da economia mundial. Hoje, na Índia e na China, existem mais de 2 mil milhões de consumidores cujo padrão de vida é alimentado por um elevado consumo energético. No caso da China, mais em particular, o recurso a fontes poluentes, mesmo aquelas que o Ocidente já deixou para trás ou que usa de forma controlada, como o carvão é uma realidade. E é uma realidade entendida por muitos como natural. Parte do progresso, defendem. Outros vão mais longe e falam mesmo do "direito" da China a poluir, o "direito" de também errar. Afinal, durante décadas a fio, a China rural também respirou no mesmo mundo que o Ocidente poluia como parte do seu "direito" ao desenvolvimento. Argumentos, no mínimo, estranhos atendendo a que ignorância não pode ser confundida com inocência. E, nos dias de hoje, já só é ignorante sobre as consequências das opções poluentes quem quiser. Nunca tantos cientistas, investigadores, técnicos se focaram, como actualmente, na procura e no estudo de melhores energias. E nunca foi tão necessário tomar opções nesta matéria. Na conferência do World Affairs Council of Northern California, em 2007, que este vídeo retrata, Chu apresentava, entre outros, um número que dá que pensar: em pleno século XXI, ainda existem 1,6 a 1,7 mil milhões de pessoas que vivem sem electricidade. Com as óbvias consequências de (não) desenvolvimento. Mas também colocando outras questões: o que fazer para e o que fazer depois de mais 1,6 a 1,7 mil milhões de pessoas estarem no padrão de consumo energético ocidental?
Por todas estas razões, Steve Chu é uma esperança para muitos ao ser nomeado para a condução da política energética da ainda maior potência mundial. O desempenho das mentes brilhantes - cientistas, investigadores, professores - na política é matéria para outra análise. Tem sido difícil, desde o princípio dos tempos, encontrar o ponto certo de intersecção entre a ciência, o saber e a política.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

A universidade dos pés descalços

É apenas um homem de média estatura em palco, sem grandes recursos audiovisuais nem cenários de suporte, à nossa frente no auditório da AESE, em Lisboa. Traz uma estória para contar. Como todas, começa … era uma vez.
Era uma vez um jovem de boas famílias que, na Índia dos anos 60, tinha frequentado as escolas mais conceituadas. “As melhores, mais caras e mais elitistas”. As mesmas por onde passaram ministros, primeiros-ministros (Indira Ghandi) e outros altos responsáveis indianos. Tudo concorria para que fosse, ele próprio, este homem que nos traz uma estória para contar, mais um desses altos responsáveis politicos ou económicos.
Corria o ano de 1965 e visitou pela primeira vez uma aldeia, na Índia rural. E, conforme relata, viu, pela primeira vez, fome, exploração humana, discriminação, miséria. Uma realidade que não se aprende em nenhum livro, menos ainda a solução para a mesma. No regresso ao conforto da casa de família informou a mãe que queria viver e trabalhar numa aldeia como a que conhecera. A mãe estremeceu e a família logo a tranquilizou: “deixa-o ir, são coisas de jovens, depois volta”.
A mãe esperou, esperou e o filho não voltou.
Quase 40 anos depois, Sanjit Bunker Roy, galardoado com o Tyler Prize (2004, EUA), ALCAN Award for Sustainability (2006 e considerado pelo jornal britânico “The Guardian” como um dos 50 ambientalistas capazes de salvar o planeta, tem não uma, mas muitas estórias para contar. Na aldeia para onde foi viver teve a ideia de criar “uma escola de pobres, para pobres e geridade pelos pobres”. Uma escola que privilegia os profisssionais entendidos como pessoas que têm “competências, confiança e convicção” e que são “aceites e respeitados pela comunidade”. Nasce assim o Barefoot College – à letra a Universidade dos Pés Descalços. Um local onde o grau de mestre ou doutorado não é reconhecido, nem vale de nada – “o que queremos é a pessoa, a humanidade, a compaixão”.
Sedeado na aldeia de Tilonia, no estado do Rajasthan – a Índia mais profunda e rural – o Barefoot College é hoje mais do que uma escola, uma abordagem global aos problemas do desenvolvimento. Tendo como premissa a preservação da sabedoria ancestral e a valorização do trabalho de cada membro da comunidade, o Barefoot desenvolveu iniciativas tão diversas quanto a recuperação de técnicas de captura e conservação da água das chuvas utilizando construções desenvolvidas pelos “arquitectos pés descalços” ou a abertura de uma escola nocturna onde as crianças, que durante o dia estão ocupadas a ajudar a família, pudessem aprender.

A luz da Índia
A formação de engenheiros solares e, muito em particular, engenheiras solares em comunidades sem recursos de leitura e de escrita é um projecto que já atravessou fronteiras. De Tilonia para 16 estados indianos e 9 países pobres – Afeganistão, Butão, Gâmbia, Serra Leoa, Mali, Mauritânia, Etiópia, Camarões e Bolívia. No total, mais 340 homens e mulheres receberam formação sobre como montar painéis solares para, com esse conhecimento, poderem electrificar as suas aldeias. Actualmente estão instalados cerca de 11 mil painéis solares e mais de 5 mil lanternas movidas a energia solar fazem chegar a electricidade a 125 mil pessoas em 3 continentes.
Bunker Roy considera este um projecto exemplar do ponto de vista dos Objectivos do Milénio: “cumpre as metas de pelo menos 7 dos 8 objectivos”. Uma das conquistas mais extraordinárias passa pelo envolvimento das mulheres nesta escola de engenheiros. Avós, mães e filhas saem das suas aldeias e vão durante 6 meses até Tilonia aprender a ser engenheiras. Há maridos que protestam, olhares desconfiados, insegurança das próprias. Mas quando voltam … “são tigres!”, exclama, sorrindo, o mentor do Barefoot College. No Afeganistão, país de tradições sociais e religiosas de grande rigidez, foram electrificadas 21 aldeias, num total de 900 casas. Dos 27 engenheiros solares, 7 são mulheres. Mulheres que hoje, rompendo com as barreiras convencionais, se sentam para discutir lado a lado com os homens e que respondem: “não estou aqui por ser mulher, estou aqui porque sou engenheira”.

Para quem queira passar por Tilonia, Bunker Roy deixa uma advertência: tem de ser capaz de estar 6 meses sem fazer absolutamente nada. Só ouvir, observar as pessoas, aprender com elas. E deixar para trás os três pilares da nossa vida moderna: ganhar dinheiro, ser bem sucedido e ser o primeiro.

“First they laugh at you, then they fight you, then you win”

Para saber mais:

Barefoot College

Bunker Roy


quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

BMW e o poder da classe criativa


Campanha BMW

Criatividade. Foi durante largos anos uma palavra associada, de forma quase possessiva, ao universo das artes e da cultura. Confundia-se com excentricidade e era olhada com alguma benevolência pelas “pessoas sérias” como atributo de um determinado grupo num determinado contexto. Os tempos mudaram e criatividade é hoje um bem essencial a qualquer organização. A classe criativa viu as suas fronteiras expandirem-se. Aos artistas, escritores e músicos, juntaram-se pessoas da áreas tão distintas quanto a ciência, a tecnologia, a engenharia, a investigação e a gestão, unidas por traços comuns de consumo e de padrão de vida. São hoje um grupo estudado pelo seu contributo decisivo na “sociedade da criatividade”, mas também por razões bem mais prosaicas. É que a sua tradução nos balanços das empresas é bastante expressivo: nos Estados Unidos estão identificados como sendo uma população de 40 milhões de pessoas, que representa 30% da força laboral, 50% dos salários e 70% do consumo. Ou seja, um mercado fundamental para produtos e serviços com um poder de compra anual de 500 mil milhões de euros.
A classe criativa tem merecido a especial atenção de Richard Florida, autor do best-seller The Rise of the Creative Class, e que tem produzido algumas das mais interessantes abordagens sobre a forma como a criatividade está a revolucionar a economia. A cultura de gestão entendida como uma integração de temas económicos, tecnológicos, demográficos e comportamentais é o palco privilegiado do trabalho de Florida.
O seu trabalho é levado muito a sério por marcas que prestam especial atenção a esta classe criativa onde identificam os consumidores e, mais do que isso, seguidores. A informação de pesquisa sobre como vivem, trabalham e se divertem os criativos do século XXI foi utilizada pela BMW para conceber uma das mais inteligentes campanhas que hoje mostramos no Videonomics.
P.S. – Foi hoje apresentado, em Lisboa, o World Bank of Creativity, um projecto da iVity. À hora que escrevo, o evento de lançamento, em que com pena não pude estar presente, ainda decorre. Brevemente teremos decerto oportunidade de voltar a este tema.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Ubuntu - ou lições de sabedoria


Para quem ainda tenha dúvida sobre as possibilidades criativas, artísticas e até filosóficas do vídeo online - para além de todas as suas aplicações práticas - O Projecto da Sabedoria de Andrew Zuckerman é um excelente tira-dúvidas.

Realizador e fotógrafo, Zuckerman concebeu um projecto profundamente simples e intimista. O cenário, simplesmente branco, é mais forte que qualquer adereço. Evidencia personalidades tão fortes quanto Clint Eastwood, Robert Redford, Nelson Mandela, entre tantos outros cidadaõs do mundo com mais de 65 anos que partilham a sua visão de sabedoria. O documentário tem duração de 1 hora, é acompanhado de um livro Zuckerman inspirou-se numa ideia africana antiga, o ubuntu, que se poderia traduzir na bem portuguesa frase "está tudo ligado ou estamos todos ligados". O ser humano unido pelo que é comum, seja o amor, o trabalho, o conflito ou a solução. "Vivemos num mundo confuso e em permanente mudança e esta é uma excelente altura para ouvirmos o que as pessoas mais velhos podem dizer para nos ajudar", afirma o realizador.

O projecto nasceu de conversas entre o realizador e o seu editor cujas boas relações com o arcebispo Desmond Tutu contribuiram para persuadir os primeiros entrevistados a aderirem ao projecto. Aos restantes foram enviadas cartas de apresentação do projecto e, a persuasão final, foi conseguida com o envio de link para um website privado onde estavam disponíveis os primeiros clips gravados. O resultado final é um momento de reflexão e aprendizagem que vale a pena ver.