terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Smart people will save the planet - Quem quer ser inovador e talvez milionário?

A Índia que está no centro do mundo dos negócios entrou esta semana no centro do mundo do cinema. Chegou pela passadeira vermelha e pela mão de um britânico conquistou os prémios mais desejados. Polémicas à parte, quem quer ser milionário traz à tela bem mais que lixeiras a céu aberto, bairros de lata e crianças pedintes de mão estendida em cada esquina. Só com grande esforço será possível dizer que se vê o melhor filme do ano sem que um sorriso, mesmo que distraído, nos passe pelo rosto.
Podemos encontrar razões diversas para esse sorriso, mas neste post eu quero falar de uma em particular. No meio da miséria e da corrupção, há uma Índia que inova pela razão primeira pela qual o Homem sempre inovou. Necessidade. Necessidade de viver mellhor, de comer, de dormir, de ter esperança.
Há uns meses um advogado português com negócios em África falava de Yunnus e do micro-crédito e dizia que a grande riqueza de África era aquilo que tantas vezes se confundia como o seu principal problema: capital humano. Na maior parte dos países africanos, dizia ele, as pessoas saem todos os dias à rua a pensar como vão ganhar o dólar daquele dia.
E isso é um capital de criatividade absolutamente desconhecido no mundo dito desenvolvido.


1 comentário:

patricia disse...

Já tinha visto o documentário original sobre a "invenção tecnológica" (é mais técnica do que tecnológica no verdadeiro sentido das duas palavras) desta rapariga que achei extraordinária!
Concordo com o que diz a Rute Vasco: a necessidade/ procura de soluções exercita a imaginação e a criatividade.

Mas será que é o facto de termos as nossas necessidades básicas preenchidas que nos faz acomodar?

Ontem li na Visão um artigo muito interessante - "Mudar de vida" - sobre pessoas que decidiram mudar a sua forma de estar na vida para algo que lhe permita ter uma relação mais pessoal com elas próprias, com os outros e com o mundo. E há aqui algo muito diferente desta procura de soluções para as necessidades do dia-a-dia: a maior parte das pessoas que muda de vida tem essas necessidades preenchidas quando toma esta decisão. Aliás, mudar de vida implica, quase sempre, trazer o risco de volta para a nossa vida. E, no entanto, vão construindo a mudança conscientemente ou não à procura da satisfação, só que de outras necessidades que não a da rapariga do vídeo: a da felicidade. Ironicamente, ela que procura soluções para problemas como a falta de eletricidade, parece já ter alcançado esse estado.