quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Michael Wesch e a antropologia do YouTube

Talvez há 100 anos os cientistas pensassem o mesmo, mas a verdade é que nunca hoje a ciência pareceu tão jovem e inexplorada ou, se quisermos, com tantas novas dimensões de conhecimento. Michael Wesch é professor de antropologia cultural na Kansas State University e autor d eum estudo sobre a cultura dos utilizadores do YouTube. O trabalho académico acabou por projectá-lo, a ele mesmo, como estrela do YouTube, entrando no top dos 100 vídeos mais vistos de 2008.
Wesch e os seu alunos viram centenas de filmes colocados no YouTube e procuraram perceber de que forma as pessoas estão a usar este meio para se expressarem e se relacionarem umas com as outras.
Aquilo que durante anos foi uma subcultura sem impacto nas grandes tendências sociais e quanto muito alvo de programas de risota fácil na TV – até ao YouTube era este, maioritariamente, o destino dos filmes caseiros – tornou-se hoje uma das principais formas de expressão de pessoas em todo o mundo. E até a vitória de Obama nas eleições americanas não foi alheia a esta poderosa ferramenta de relacionamento e de influência.
"An Anthropological Introduction to YouTube" mais que uma dissertação académica de um professor na berra, é um trabalho que nos coloca questões cada vez mais pertinentes. A mais óbvia e simultaneamente mais complexa é a forma como o YouTube nos está a tornar a todos, simultaneamente, mais isolados e mais em comunidade. Mas outras se seguem. Como o conceito de direitos, autoria, privacidade.

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